Sobre mudança de carreira, liberdade de ir e vir e a racionalização da ansiedade.
Leia até o final, principalmente se você tem vontade de fazer uma transição de carreira.
Se você me segue há algum tempo, provavelmente sabe que eu trabalhei muitos anos no varejo, fiz um transição de carreira para a fotografia e nos últimos anos transitei por vários estilos, países e ocupações até chegar aqui no Rio de Janeiro onde hoje eu equilibro as minhas duas profissões.
Quando eu fiz minha transição do varejo corporativo para a fotografia, eu achei que "só" estava mudando de carreira quando, na verdade, eu estava construindo a coisa mais importante que eu tenho hoje profissionalmente: a liberdade de ir e vir - quando, como e onde eu quiser. Eu falo sobre essa conquista aqui nesse texto.
Rebobinando um pouco essa história…
18 anos atrás anos eu sofria a mesma pressão que grande parte das pessoas da minha geração sofreram - a de ter que "decidir o que fazer para o resto da vida" ao escolher uma faculdade. Inocentes, né? Não sei você, mas até hoje eu sigo sem saber.
Na época eu atirei para vários lados, com muita certeza de que eu nem passaria no vestibular (não era a melhor aluna em assuntos de escola), mas acabei cursando Relações Públicas na Universidade Federal do Paraná e na metade do curso ingressei também em um técnico de Moda - #teamsamanthajones desde sempre.
Com a certeza inocente de que durante esses 5 anos eu ia descobrir "qual era minha paixão" eu me formei sem ter nem idéia do que fazer. E foi nessa que peguei meus diplomas e me mudei para a Austrália.
Como quase todo mundo que eu conheci nesses quinze anos de carreira, o varejo apareceu na minha vida por necessidade, e se mostrou um excelente potencial de carreira. Mas isso veio aos poucos. No começo era só um trabalho para pagar as contas.
Depois de quatro anos de Austrália eu voltei para o Brasil com a oportunidade de abrir as operações de varejo da Aesop - aquela dos sabonetes aesthetic que aparece nos banheiros mais elegantes do Pinterest.
Foram oito anos e 3 países na marca, e uma verdadeira escola que me ensinou mais sobre business e liderança do que eu jamais aprenderia em algum curso.
Nesses 8 anos eu tive altos e baixos e questionei minha carreira várias vezes e foi através de estudos, livros (e terapia) que eu fui moldando a minha visão de carreira e liderança.
Aproveitava meu tempo livre para mergulhar em autores como Brené Brown, Daniel Pink, Simon Sinek, Tara Swart, Cal Newport, e fazer cursos que foram de Leadership Communication na Harvard Business School ao método MESA, Coolhunting e outros, enquanto testava na prática tudo que eu aprendia e desenvolvia meus próprios métodos de liderança, planejamento estratégico, gerenciamento financeiro e outros.
Foi um livro em particular, que li durante uma quarentena de COVID enquanto minhas lojas seguiam fechadas, que me fez flertar com a fotografia: A Job to Love, da School of Life.
Esse livro propõe vários exercícios que fazem você explorar oportunidades de carreira que se conectam com seus interesses intrínsecos. Lendo ele eu me dei conta de duas coisas: 1/ O trabalho que eu tinha na época era perfeito pra mim. 2/ Fotografia poderia ser uma ótima opção de carreira também.
Eu não entrei na fotografia pela poesia da arte que ela traz, ou qualquer coisa romântica assim, mas - como tudo que eu faço - por ter racionalizado que além de ser uma carreira que combina comigo, eu tenho os interesses intrínsecos de trabalhar com beleza, organização e poder entregar algo de valor para o outro.
E foi assim que eu comecei a aprender sobre fotografia. Novamente comecei a estudar e praticar tudo que eu podia até sentir que eu era boa o suficiente para seguir uma carreira só com ela.
A decisão de largar meus doze anos de uma carreira sólida, com segurança financeira, e que além de ter me ensinado muito também me levou para muitos países e culturas diferentes, não foi fácil e não veio sem desafios psicológicos, mas foi necessária para que eu me libertasse da obrigatoriedade que eu me impunha de focar em só um caminho para seguir.
Vou ganhar dinheiro suficiente? Estou jogando fora uma carreira sólida à toa? Quem eu penso que sou começando aos 32 quando o mercado está saturado de profissionais muito bons? E se não der certo e quando eu tiver que voltar para o varejo eu vou estar desvalorizada? Eu vou ter que começar do zero? Nem sei se tenho energia pra isso…
Esses foram só alguns dos muitos medos e pensamentos recorrentes que eu tinha até eu tomar essa decisão e pelos primeiros meses como fotógrafa autônoma.
Depois de muitos anos sendo responsável por mim mesma e minhas finanças, me desenvolvendo em uma carreira onde eu já era boa e trabalhava em marcas referência de mercado, o medo da regressão profissional e financeira era real.
Mas a parte boa é que depois de certa idade a gente já vem com uma bagagem que não é comum ter nos nossos 18 anos, e no meu caso eram conhecimento de liderança, estratégia, planejamento financeiro, autoconhecimento e inteligência emocional.
E foi por me conhecer e saber que qualquer ameaça ao meu estilo de vida e produtividade profissional me faria desistir e voltar para o que era antes, eu sabia que tinha que fazer um planejamento redondinho que me desse suporte psicológico e financeiro para continuar.
Eu dei 6 meses de aviso prévio no meu emprego antigo para que eu pudesse levantar capital e me planejar para a transição de carreira. Nesses seis meses eu dediquei uma boa parcela das minhas horas focando em montar a empresa, trabalhar branding, marketing, vendas, portfólio, investir em equipamento, estudar, e tudo o que eu considerava necessário fazer para preparar o terreno pra quando eu estivesse 100% na fotografia.
Organizei tudo isso do lado psicológico, financeiro e de empresa em um planejamento anual que eu então quebrei em trimestres e meses. Para cada um desses períodos eu tinha um objetivo claro de vendas - quantos clientes a qual ticket médio eu precisava fechar por mês - e metas de tarefas que eu precisava cumprir para alcançar cada um desses objetivos.
Se em Julho eu planejava aumentar o valor dos meus ensaios, quer dizer que nos 4-6 meses antes disso eu teria que praticar o estilo de foto que eu queria entregar para aumentar meu portfólio e atrair a clientela certa, melhorar meu site e comunicação visual para comunicar o valor elevado de marca e serviço, criar um workflow de pré e pós venda que atendesse às expectativas do cliente que investiria aquele valor elevado, adquirir lentes premium que me desse versatilidade na fotografia, e por aí vai.
O planejamento sempre foi a minha ferramenta mais poderosa para não deixar a ansiedade me paralisar e fazer com que eu desistisse. Quando ela batia, eu deixava ela entrar - não sei quantas vidas de terapia a gente precisa pra conseguir deixar ela de fora, se alguém souber me avisa que eu já parcelo no cartão - mas meu mantra era "confia no plano e segue em frente".
E foi confiando no plano, ajustando quando preciso, mudando a rota de vez em quando que um ano e meio se passou e eu segui firme na fotografia vivendo na prática o que eu tinha planejado pra mim.
Durante esse período as frases que eu mais ouvia das pessoas que acompanhavam essa transição, de perto ou de longe, eram: como você é corajosa / eu queria ter essa coragem / não sei como você consegue / sabe que meu sonho era ser *insira uma profissão* mas eu não tenho coragem de largar tudo.
Então resolvi pegar todos os meus aprendizados - teóricos e práticos - e colocar tudo isso em um curso para ajudar outros criativos a fazerem suas próprias transições de carreira.
Comecei o curso em Janeiro desse ano, quando estava morando em um flat em São Paulo tentando decidir qual seria nosso próximo destino, e terminei ele em Março no Rio de Janeiro. Lancei ele timidamente em inglês e ganhei vários feedbacks incríveis, insights de outras experiências de mudança de carreira e conexão com outras pessoas que passaram por processos psicológicos muito similares aos meus.
Hoje eu estou lançado ele em uma versão mais elaborada, com a minha história atualizada - muita coisa aconteceu desde então - e em português.
E a notícia boa é: lançamento na semana de special friday significa lançamento com desconto.
Então até segunda-feira dia 27 você pode comprar esse curso com R$100 de desconto.
No curso eu cubro estratégias para lidar com o emocional e a ansiedade que vem com uma transição de carreira, estratégias para lidar com o lado financeiro e se planejar para que seja uma transição tranquila, e como criar uma estratégia de negócios para alcançar seus objetivos de empresa. E como um bônus eu incluí as minhas ferramentas mais bem sucedidas para conseguir meus primeiros clientes.
Clica aqui para ler tudinho que tem no meu curso. Nesse link eu explico melhor cada uma dessas partes e se você ainda tiver dúvidas é só me mandar um e-mail.
Fica a vontade para encaminhar esse texto para quem você conhece que pode estar passando por esse processo. Independente de comprar ou não meu curso, eu vou adorar bater um papo e ajudar como eu puder.
Beijos e até já já.
Mafê